terça-feira, 9 de setembro de 2014

104 anos de Revolta

J. Cândido Felisberto


Ela já foi comparada à rebelião no Encouraçado Potemkin, quando marinheiros do navio russo tomaram a embarcação em protesto contra os maus-tratos aplicados. Mas a comparação é modesta, se pensarmos em termos numéricos. Se na Rússia foram cerca de 500 marinheiros, na Revolta da Chibata, que completa 100 anos no dia 22 de novembro, foram em torno de 2,3 mil homens. Todos pediam o fim dos castigos físicos, como a chibata e o bolo, aumento dos soldos, melhor comida e condições de trabalho em geral.
A Revolta da Chibata também projetou o nome de seu principal líder, o almirante negro João Cândido Felisberto. Cândido se transformou em um herói nacional, estátua em praça pública, símbolo do movimento negro, foi chamado de mestre-sala dos mares por Aldir Blanc e João Bosco, em música cantada por Elis Regina, e já virou enredo de escola de samba. E como todo homem que fica para a História, sua biografia e importância já foi rebatida, dissecada, revisitada, mas ele continua firme e, como sempre, forte.




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